Em tempos de vacas magras no cenário econômico, conhecimento é poder. Ou, pelo menos, é uma das armas para não entrar para a estatística dos mais de 13 milhões de pessoas que estão sem um emprego no Brasil.
De acordo com informações coletadas pelo mais recente levantamento do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), quem concluiu um curso de pós-graduação tem maiores oportunidades profissionais. Em 2014, quase 75% dos doutores titulados no Brasil estavam empregados — no mesmo período, o índice de empregabilidade de mestres era de 65%. Organização supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o CGEE também pesquisou o índice de remuneração de mestres e doutores do país.
A diferença salarial em comparação com o restante da população é significativa: um doutor tem um salário mensal médio de R$ 13.861, enquanto a remuneração do restante dos brasileiros é calculada em R$ 2.449. Conhecimento — e um diploma de pós-graduação — significa poder, emprego e grana. Apesar disso, o número de pessoas que ingressam nos programas acadêmicos ainda é baixo: de acordo com o Censo de 2010, pouco menos de 0,5% da população tem um diploma de mestre ou doutor. Segundo especialistas, esse índice não apenas causa impacto na produção científica do país como também impede a realização de inovações. "A influência do setor privado é muito pequena e há um certo descolamento na realidade da indústria e da pesquisa brasileira", diz Ana Maria Carneiro, do Laboratório de Estudos de Educação Superior, da Unicamp.
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Número de cursos de pós-graduação no Brasil cresceu nos últimos anos
Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que, enquanto o Reino Unido conta com um índice de 41 doutores para cada 100 mil habitantes, o Brasil tem 7,6 profissionais titulados para a mesma proporção de pessoas. O caminho a ser percorrido para alcançar indicadores educacionais como os de nações desenvolvidas ainda é longo, mas a pós-graduação brasileira passou por uma expansão nos últimos anos.
De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação, os cursos de mestrado e doutorado mais que dobraram em 15 anos: se em 2000 havia 1.439 programas disponíveis, o número saltou para 3.905 em 2015. O Amapá foi o último estado do país a receber um curso de pós-graduação, em 2006.No levantamento divulgado pela Capes foram incluídos apenas os programas stricto sensu, nome dado aos cursos que oferecem diploma de titulação após a defesa de uma pesquisa em banca pública, como os de mestrado e doutorado.
Número de programas de mestrado e doutorado pelo Brasil
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