Antonio Prata, Maria Rita Kehl, Ilana Katz e Julieta Jerusalinsky, curadora do módulo, discutem “O tempo da infância e a infância de nossos tempos” na nova série de encontros do Café Filosófico CPFL em junho.
Os debates, abertos ao público, em Campinas, e transmitidos ao vivo pelo site e pela página do Instituto CPFL no Facebook, terão início na próxima sexta-feira, 02/06, às 19h, com uma reflexão da psicanalista Julieta Jerusalinsky sobre “Intoxicações eletrônicas na primeira infância”.
Segundo a curadora, os encontros vão abordar como a infância, frequentemente idealizada como um momento idílico da vida, implica também um intenso trabalho para a criança situar-se e construir a sua personalidade a ser diante do outro familiar, escolar e social.
De acordo com Jerusalinsky, essas respostas acontecem em um contexto marcado por novas configurações familiares, polarização política, intolerância e virtualidade das relações. “A internet possibilita trocas simbólicas com aqueles que geograficamente estão longe e, ao mesmo tempo, incrementam os dispositivos da sociedade de controle, de formações narcísicas do ‘parecer’ e nos linchamentos virtuais produzidos nas redes sociais em uma gangorra entre a fama e a difamação.”
“As crianças estão expostas na linha de frente dos impasses produzidos pela cultura e sociedade de cada época, diante dos quais elas tentam produzir respostas, se ocupando e se preocupando com aquilo que as cerca. Por isso é relevante escutarmos as respostas que as crianças têm produzido diante dos ideais e sintomas sociais de nossos tempos”, afirma.
A exigência de estar permanentemente online, afirma, traz como consequência um convívio no qual as pessoas passam a estar de corpo presente, mas, muitas vezes, psiquicamente ausentes, olhando cada um para sua janela virtual. “Isso tem desencadeado intoxicações eletrônicas em pequenas crianças que ficam capturadas nas telas de seus gadgets eletrônicos, em lugar de entrarem em relação com os outros. Crianças um pouco maiores, por sua vez, passam a ter acesso a conhecimento supostamente pleno ao alcance de um clic no Dr. Google, mas frequentemente carecem de ter com quem compartilhar as experiências para produzir um saber-viver singular”.
No encontro seguinte, na sexta-feira, 09/06, o escritor Antonio Prata, colunista da Folha de S.Paulo, conversa com o público sobre como a infância deixa marcas indeléveis ainda presentes nos adultos.
fonte: http://www.revistadavila.com.br/2017/05/cafe-filosofico-cpfl-junho/
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